quinta-feira, 11 de novembro de 2010

desatando da memória

 Hoje, estou desatando da memória as imagens de amor. As minhas, as nossas imagens de amor, porque as coisas são como são: no momento em que escrevo e no momento em que você lê, abrimos esses arquivos de imagens geradas a partir do amor, que são - vamos admiti-lo antes que seja tarde - os nossos arquivos prediletos. Tudo o que realmente nos interessa está arquivado ali.Na câmara escura das nossas recordações. Imagens que vamos recolhendo vida afora. Elas têm nome e uma história para contar, cada uma delas. E nostalgia. Nada mais é do que a saudade da emoção vivida, num determinado momento que passou veloz. Emoções e emoções e ainda tanta emoção a ser vivida! Muito além dos indivíduos, além das particularidades. E todas essas químicas se processando no nosso corpo, pois há quem diga que amor nada mais é do que uma sensação provocada, para evitar a loucura da espécie e perpetuar o predador. Uma ilusão passageira, uma descarga de substâncias certas no sistema. Lubrificação. Cuidados com a máquina.Seja lá o que for, andei tomando resoluções práticas para a existência.Porque nunca mais nesta vida quero ter saudade de beijo. Nunca mais a nostalgia daquele mundo de línguas dançando balé no céu das nossas bocas. Nunca mais! E juro que nunca mais nesta vida quero tentar entender o amor. Quero deixar que ele passe por mim, como um pé de vento que sopra folhas e poeira num arranjo aprumado. Eu fico ali, no meio do redemoinho, só achando tudo muito bom. Depois, o amor se vai e a gente continua a tocar a existência. Assim é que deve ser.Nunca mais nesta vida quero gente se indo. Já está de bom tamanho. Coração da gente vai absorvendo os golpes (que são muitos e de todos os lados, sempre.Com quase todo mundo é assim).

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